Consumidor busca imóveis de luxo como investimento imobiliário

Para especialista e instituição do setor, isso explica o aumento nas vendas desta fatia do mercado. Unidades são procuradas na expectativa de valorização

O Brasil vive um bom momento na comercialização de imóveis de médio e alto padrão. No ano de 2022, por exemplo, essa fatia do mercado teve salto de 67,8% nas vendas em relação ao ano de 2021, conforme dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Em 2023, até setembro, o aumento foi de 18,9% na comparação com os nove primeiros meses do ano anterior. Quando são analisados os valores comercializados nos nove primeiros meses do ano, houve aumento de 13% na comparação com o período de janeiro a setembro de 2022.

Segundo a Abrainc, o aumento identificado é reflexo da procura dos consumidores por unidades de luxo que possam se valorizar no futuro. Isso significa, conforme a instituição do setor, que os imóveis de médio e alto padrão são vistos como oportunidade de investimento.

Conforme o engenheiro civil Mauricio Wildner da Cunha, da Construtora Andrade Ribeiro, para analisar esses números é necessário sempre lembrar que, em geral, os imóveis de diferentes padrões têm se tornado investimentos seguros no Brasil. “Adquirir um imóvel no Brasil significa ver esse bem valorizar com o passar dos anos. Isso é ainda mais evidente quando falamos em unidades de médio e alto padrão, devido às qualidades construtivas, localização e acesso a serviços nas áreas urbanizadas”, explica.

O montante comercializado nos nove primeiros meses de 2023 mostra o potencial desta fatia do mercado devido a esse interesse em investimentos. Ao todo, de acordo com os dados da Abrainc, foram vendidas no período 31.230 unidades de médio e alto padrão, com movimentação financeira de R$ 14,4 bilhões. Quando se comparam esses números com as unidades mais populares, do programa Minha Casa, Minha Vida, neste caso 78.880 imóveis foram vendidos. O número, apesar de ser mais que o dobro dos imóveis de luxo vendidos, representa R$ 17 bilhões em comercialização, somente 18% a mais. 

O que atrai um consumidor

O engenheiro civil argumenta que um dos fatores que chama a atenção de um investidor em imóveis de médio e alto padrão é o que a região em que a unidade foi construída pode oferecer ao futuro morador ou inquilino. “Geralmente quando falamos em residências ou apartamentos de luxo é notório que a localização é um dos principais fatores para a valorização. Isso não significa apenas um ambiente tranquilo e seguro para morar, mas ter vias de acesso aos principais pontos da cidade, aos serviços, comércios e locais de trabalho e estudo”, explica. 

Além disso, a qualidade de vida no entorno dos imóveis é outro fator importante. “Estar perto de áreas de preservação ambiental, que favoreçam a qualidade do ar e a temperatura naquele ambiente, ainda mais em tempos em que se exige cada vez mais essa questão pela sociedade, podem atrair consumidores”, comenta o especialista. Outro aspecto é o que podem oferecer as estruturas dos imóveis. No que diz respeito às áreas comuns, por exemplo, quanto mais diversas forem as oportunidades, maior será a valorização do imóvel. “O morador quer mais comodidade. Por isso, ter áreas de lazer para variadas atividades, como piscinas infantis e adultas, academias e espaços gourmet são diferenciais importantes nesta valorização”, completa. 

Alto padrão em mansão suspensa

Um exemplo com essa e outras características está na cidade de Curitiba. O Seventy Upper Mansion, edifício da Construtora Andrade Ribeiro, foi concebido com a ideia da mansão suspensa. Trata-se de um imóvel de alto padrão por andar, com área privativa de 340 metros quadrados com três ou quatro suítes, além das áreas comuns esperadas para uma mansão, mas dentro de um edifício, como playground, academia, churrasqueira e terraço compartilhado. O investimento da construtora no edifício foi de R$ 75 milhões.

O empreendimento, com todas as obras finalizadas no início de 2023, foi construído em uma área de 3,4 mil metros quadrados junto a um bosque preservado de mata nativa da capital paranaense. “A aproximação do morador com a área arborizada pode proporcionar melhorias na qualidade de vida”, comenta o engenheiro civil. Outro diferencial é o rooftop, um conceito de terraço compartilhado que surgiu em Nova York, nos Estados Unidos, e tem se espalhado pelo Brasil. A estrutura no alto do edifício em Curitiba oferece jardim, piscina adulta e infantil aquecidas e área de churrasqueira com utensílios de cozinha. “A área ainda proporciona vista privilegiada para a cidade e para a Serra do Mar, o que completa a questão da qualidade de vida e bem-estar dos moradores em dias de lazer e descanso”, argumenta.

O edifício está localizado na região do Ecoville, que tem apresentado expansão imobiliária na capital paranaense e que está cercada de ruas e avenidas que dão acesso ao centro de Curitiba, aos bairros próximos e às cidades da Região Metropolitana. As mesmas vias também proporcionam acesso aos serviços da região, como colégios, universidades, shoppings, hipermercados e áreas de lazer próximos ao empreendimento. 

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