Cooperativas goianas crescem 7 vezes mais que o PIB de Goiás

Receitas das 260 cooperativas registradas na OCB/GO no final de 2022 superam a casa dos R$ 30 bilhões, crescimento de 47% em 12 meses, segundo dados do Anuário do Cooperativismo 2023, realizado pela OCB Nacional

A receita bruta das 260 cooperativas goianas registradas na OCB/GO, no final de 2022, alcançou R$ 30,9 bilhões, um significativo aumento de 47% em 12 meses. É praticamente o dobro do crescimento nacional no ano passado, quando as 4,7 mil cooperativas brasileiras avançaram 25% nas receitas, que somaram R$ 656 bilhões. A projeção inicial para o cooperativismo em Goiás era que esta receita somasse R$ 24,2 bilhões em 2022. Mas, foi ultrapassada em R$ 6,6 bilhões. Portanto, a meta inicial foi superada em 28%. 

Estes dados são do Anuário do Cooperativismo 2023, divulgados nesta semana pela OCB Nacional. Outro indicador sobre o forte crescimento do cooperativismo goiano é o número de cooperados: são mais de 464,2 mil em Goiás, aumento de 21% quando comparado com o total em 2021. Ou seja: isto equivale ao ingresso de mais de 220 novos cooperados por dia no Estado. 

Mais uma vez, esse avanço foi bem superior à meta inicial para 2022, que era de Goiás fechar com 421 mil cooperados. Foram 43,1 mil a mais do que previsto, ou seja, 10% acima da meta inicial. Também foi um crescimento bem superior à média nacional. Segundo o Anuário 2023, o Brasil fechou o ano passado com 20,5 milhões de cooperados, aumento de 8,4% em relação a 2021.

“Os números mostram que o cooperativismo está consolidado como uma das mais importantes forças econômicas de Goiás. O nosso setor representa quase 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, estimado em R$ 279,5 bilhões em 2022. Mas, cresce a uma taxa muito superior à média estadual. Enquanto o PIB goiano cresceu 6,6%, as receitas das cooperativas goianas avançaram quase 50% no ano passado”, afirma o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira.

Metas

O dirigente do Sistema OCB/GO afirma que a meta, estipulada para 2027, é de que as cooperativas goianas alcancem faturamento anual de R$ 50 bilhões. “Entretanto, se projetarmos um aumento médio de 20% ao ano nas receitas, algo bem realista pelo atual crescimento do cooperativismo goiano, acreditamos que devemos bater esta meta mais cedo, em 2026”, diz Luís Alberto.

Outro objetivo é em relação ao número de cooperados: chegar a 600 mil no Estado até 2027. “Tudo indica que também devemos atingir essa meta com um ano de antecedência. Claro, isto dependerá muito do desenvolvimento econômico do Brasil. Mas estamos otimistas, uma vez que o cenário futuro tem ficado mais positivo”, frisa.

Além do crescimento financeiro, as cooperativas em Goiás têm apresentado forte avanço em solidez. Segundo os dados do Anuário do Cooperativismo, o capital social das 260 unidades somou R$ 8,8 bilhões no ano passado, aumento de 50% em relação ao de 2021. Além disso, o total de ativos cresceu de R$ 41 bilhões para R$ 50,2 bilhões, alta de 22%. As sobras (que equivalem ao lucro das empresas) cresceram de R$ 2 bilhões para R$ 2,764 bilhões entre os dois anos, uma alta de 36%, em 12 meses.

Ramos

O número de cooperativas goianas em atividade e registradas no Sistema OCB/GO somou 260 unidades em dezembro do ano passado, aumento de 4% em comparação com 2021. Nacionalmente, houve redução de 4% no número de cooperativas, que somaram 4,7 mil no encerramento de 2022. Isso, no entanto, está relacionado a uma tendência mundial de reorganização no cooperativismo, com fusões e incorporações para ganhos de escala, maior eficiência e redução de custos operacionais. “Atualmente, já são 275 cooperativas registradas na OCB/GO”, frisa Luís Alberto, presidente da entidade.

O ramo agropecuário continua sendo o mais representativo no Estado, com 82 cooperativas (uma a mais do que em 2021), equivalente a 32% do total em Goiás. Em segundo lugar, vem o ramo de transportes, com 50 cooperativas (duas a menos), 19% do total. Em terceiro está o da saúde, com 44 cooperativas (duas a mais), 17% do total de unidades em atividade, seguido pelo ramo do crédito, com 32 cooperativas goianas (duas a menos que em 2021) ou 12% do total no Estado. 

Os demais ramos são os de Trabalho, Produção de Bens e Serviços (25 cooperativas, crescimento de 32%), Infraestrutura (15 cooperativas, aumento de 25%) e de Consumo (12 unidades, mesma quantidade de 2021).

Colaboradores

O número de colaboradores diretos nas 260 cooperativas goianas teve significativo aumento em 2022: de 14,1 mil (2021) para 15,7 mil. Portanto, um crescimento acima de 10%, superior ao aumento médio do setor, no Brasil, de 6,5% no ano passado. Também foi maior que o avanço de todo o mercado de trabalho formal de Goiás, cujo aumento foi de 6,6% em novas vagas de trabalho geradas no ano passado, segundo dados do Caged/Ministério do Trabalho. 

A folha de pagamento das cooperativas goianas também saltou de R$ 899,6 milhões (em 2021), para R$ 1,050 bilhão no ano passado, aumento de 17%. 

Do total de 15,7 mil colaboradores nas cooperativas goianas, 40% atuam no ramo agropecuário, 30% no ramo do crédito e 26% no da saúde. Detalhe: 28,1% possuem curso superior completo ou pós-graduação. Outros 38,7% têm ensino médio completo. Mais umdado relevante do Anuário do Cooperativismo é que as mulheres representam 52% dos colaboradores diretos nas cooperativas em Goiás. Entretanto, ainda ocupam apenas 18% dos cargos de direção (diretorias e membros de conselhos fiscal e de administração) no setor.

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