Dengue: controle da epidemia pode ser feito por meio do monitoramento das águas residuais

Estratégia que utiliza soluções de testagem, como as da QIAGEN, permite analisar a presença do vírus nas redes de esgoto e adotar medidas precoces para barrar o avanço dos casos em regiões específicas

Atingindo um recorde histórico de casos de dengue, o Brasil se aproxima dos dois milhões de casos confirmados da doença este ano, de acordo com os mais recentes dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde. E embora o país siga adotando uma série de medidas para o combate e controle dessa epidemia – como a conscientização da população, aplicação de vacinas e uso de estratégias sanitizantes – a análise e monitoramento das águas residuais, presentes nas redes de esgoto, pode ser uma estratégia bastante eficaz, se aliada às demais iniciativas que já seguem em curso.

É o que explica Danielle Cambraia, Gerente Regional LATAM de Marketing para Life Science da QIAGEN, multinacional responsável por trazer ao país soluções de testagem que contribuem para este tipo de monitoramento. Segundo ela, desta maneira é possível adotar medidas de contenção precoces, capazes de barrar o avanço dos casos em regiões específicas.

“O uso de tecnologias que aplicam a metodologia de PCR digital permite encontrar o material genético do vírus da dengue presente na rede de esgoto pública, a partir dos resíduos das pessoas infectadas. Feita a coleta de amostras dessa água por uma equipe especializada, esse material é avaliado em laboratório, onde são buscadas até mesmos as mínimas partículas de DNA e RNA do vírus, que apontam um número crescente de contaminados em determinada região”, explica a executiva.

Segundo ela, com essa análise, é possível prever o aumento do número de casos da doença em determinada localidade, as variantes que estão mais atuantes e, ainda, reforçar as medidas sanitárias na região, antes que os casos se alastrem. “Atualmente, os únicos dados que temos são das unidades de saúde, quanto ao número de casos confirmados, o que dificulta esse controle mais preciso da epidemia”, alerta Danielle.

Uma estratégia de controle global

Adotado por diferentes países desde a recente pandemia de COVID-19, o uso da tecnologia de PCR digital para o monitoramento de águas residuais, passou a fazer parte

do controle epidemiológico para diferentes doenças. A estratégia já é uma realidade em diferentes localidades da Europa, Austrália e nos Estados Unidos, onde essas soluções são consideradas padrão ouro para tais medidas.

A dengue, uma doença comum nos países tropicais, tem avançado para outras regiões onde sua presença era rara há alguns anos, com o surgimento e crescimento de casos locais de contaminação. Por este motivo, o controle epidemiológico por meio das águas de esgoto passou a ser adotado em larga escala.

“A PCR digital é muito mais precisa nessa análise do material genético do vírus da dengue, especialmente quando comparado a outros métodos de PCR, pois é mais sensível para quantificar os fragmentos do DNA e RNA viral. Quando pensamos nas águas residuais e a quantidade de substâncias presentes que podem inibir a precisão das análises, essa tecnologia se mostra também eficaz neste processo de identificação”, destaca a executiva da QIAGEN.

Com as recentes mudanças climáticas, o aumento das chuvas e da temperatura, a proliferação do mosquito se agravou em países que antes não registravam casos da doença, por isso, o monitoramento se tornou tão importante. “É uma estratégia que deve ser considerada pelas autoridades brasileiras também”, recomenda Danielle.

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